Idosos e tecnologia sempre foram alvo de brincadeira para filhos e netos. Mas, com a pandemia e o isolamento social, a situação mudou. As famílias perceberam a importância da internet para manter o contato com seus queridos, afastados do convívio por tanto tempo. E as pessoas com mais de 60 anos, com restrições ainda maiores por pertencerem ao grupo de risco, tiveram que se adaptar. Assim, o coronavírus conseguiu o que parecia muito difícil em tempos normais: a inclusão digital das pessoas da terceira idade.

Os mais de 28 milhões de idosos do Brasil já tinham um certo contato com a tecnologia. A maioria já possuía acesso a celulares e Smart TVs. Porém, não imaginavam que teriam que se aperfeiçoar e iniciar uma nova aventura digital.

Mais do que comunicar, interagir

Muito além de conversar ao telefone com os familiares, os vovôs foram apresentados aos aplicativos de videochamadas. As reuniões, os encontros com os netos, as felicitações de aniversário, tudo passou a ser à distância. Quando a saudade fala mais alto, as dificuldades ficam para trás e o whatsapp fica pequeno.

Entretanto, não foram somente as interações com a família que mudaram. Os contatos com amigos, a igreja, os passeios, as caminhadas e as atividades físicas tiveram que ser cancelados. Novas formas de passar o tempo aproximaram um pouco mais idosos e tecnologia.

Essa foi a chance para os mais jovens instalarem as redes sociais nos aparelhos dos mais idosos. Para ver fotos da família, assistir vídeos de interesse e acompanhar as notícias. O facebook é a rede com a qual eles mais se adaptam. A arte de fotografar usando um smartphone também começou a ser cultivada.

Comprar pela internet ainda é um desafio

A grande vantagem é que esta geração de vovôs e vovós está ainda cheia de energia e vontade de aprender. Querem interagir, produzir e consumir. E, então, vieram as compras pela internet, adaptando os hábitos à necessidade. Os supermercados foram rápidos e aderiram ao delivery.

Mas o grande empecilho nas compras pela internet é a utilização de cartões de crédito. Normalmente aposentados e pensionistas, os mais velhos sentem receio em arriscar seus vencimentos nas compras online. Por isso, preferem supermercados e comércio de bairro, que entregam e recebem em dinheiro.

De fato, a maior parte das empresas ainda não investiu nessa tendência. Para criar uma afinidade maior entre idosos e tecnologia, algumas ações deveriam focar especificamente nesse público. Dessa forma, algumas aplicações poderiam alcançar uma usabilidade maior, considerando os padrões de motricidade e insegurança próprios dessa faixa etária.

Conhecimentos a mais

Entretanto, muitas pessoas acima de 60 anos já tinham alguma experiência com a tecnologia. É uma realidade que vem mudando aos poucos. Conforme a maneira com que a carreira profissional foi desenvolvida no mercado de trabalho, essa familiaridade pode ter sido alcançada.

Para esse grupo, as redes sociais são naturais e navegar pela internet não causa receio. Com o isolamento e o tempo sobrando, vieram, então, os cursos online. Esse é um caminho que muitos estão percorrendo, à procura de novos conhecimentos. Línguas, artesanato e autoconhecimento são grandes atrativos para aproveitar a solidão de forma produtiva.

No fim das contas, o que interessa é o que a internet pode fazer para amenizar a solidão. Afinal, as pessoas com mais de 60 foram separados do convívio familiar, como proteção à agressividade do coronavírus nesse grupo. Porém, um isolamento ativo pode ser criado com a aproximação entre idosos e tecnologia.

Cabe aos jovens ter paciência e usar a criatividade para preservar a alegria daqueles que são suas bases familiares. Transformar a internet em aliada faz com que os idosos, excluídos pela cultura digital, voltem a se integrar na família. E o grande bônus são as incríveis histórias que vão ficar.

A Prelo Comunicação valoriza aqueles que são o fundamento da estrutura familiar. A gente sabe que, um dia, nós também estaremos lá. Acesse o site e visite o nosso blog. Também temos muitas histórias para contar.