Uma das mais antigas doenças da humanidade, com registros de 600 a.C., a hanseníase foi controlada com o avanço da ciência e da qualidade de vida. Mas, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o Brasil ainda registra o segundo maior número absoluto de casos no mundo – cerca de 30 mil ao ano. Uberlândia acompanha a curva. Entre 2015 e 2016, as notificações de hanseníase na cidade aumentaram 16%, passando de 99 a 115 casos, conforme a Secretaria de Saúde. Para tentar reverter o quadro, é celebrado em 29 de janeiro o Dia Mundial do Combate à Hanseníase.
A hanseníase é causada por uma bactéria transmissível por paciente não tratado, que lesa os nervos periféricos, atingindo membros, como braços, pernas e face, podendo levar a deformidades, caso seja detectada tardiamente. Cuidados especiais são fundamentais para a cura da doença. De acordo com o especialista em clínica médica, Luiz Henrique Vidigal, a administração dos medicamentos está entre eles, já que o tratamento é baseado na poliquimioterapia, ou seja, uma associação de medicamentos que evita a resistência do bacilo.
“Elaborar uma planilha, descrevendo os medicamentos e quantidades que devem ser tomados por horários, para serem checados por uma segunda pessoa, é uma importante para que não haja confusão”, recomenda a enfermeira da Med Care, Daniles Nunes Valadão. “A Med Care tem um rigoroso sistema de controle de medicamentos, em que cada um recebe um código de barras. Se a pessoa seguir o tratamento, à base de antibióticos oferecidos gratuitamente pelo SUS, vive normalmente, não precisa de nenhum isolamento, como antigamente, quando o estigma da chamada ‘lepra’ ainda era grande”, disse Vidigal.

Prevenção
O Ministério da Saúde adverte que a principal forma de prevenção da hanseníase é o diagnóstico precoce, pautado no conhecimento sobre os sinais da doença e na realização periódica de exame dermato-neurológico. Além de influenciar diretamente na qualidade de vida e cura dos pacientes, o diagnóstico implica no tratamento, principal forma de contenção da contaminação. Na ausência de uma vacina específica contra a doença, a aplicação da BCG também contribui como medida preventiva.